quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

sobre uma amiga

À amiga que me requisita uma conversa de vez em quando.

Quero dizer o quanto prezo cada momento em que conversamos. Quase sempre é tão fluido, tu falas, ri, eu faço você rir, e você me faz bem. Quase sempre um conta seus problemas para o outro e parece que não sabemos o que dizer praquele amigo que está ali desabafando, de minha parte parece hipocrisia, pois quando ela conta suas coisas me sinto identificado com aquele mesmo problema. E aí? O que dizer para resolver o problema de alguém se você mesmo tem aquele problema? Quero dizer que nem sempre as nossas conversas deslancham, elas nem sempre são interessantes e divertidas –como agora a pouco que o silêncio comandou. Mas eu quase sempre sinto abstinência das nossas conversas. Parece uma história de amor, sinto necessidade da sua companhia; parece que eu te amo, me preocupo com você e quase sempre anseio te ver. Mas não é amor, pelo menos não quero que seja, isso estragaria tudo. Na verdade é um bem querer, eu quero você bem, eu quero você na universidade que você tanto quer, eu quero você com a pessoa que tu tanto dizes que gosta, ou que encontre outra pessoa e goste dela mais ainda. Eu quero você me contando o quanto anda feliz, que os problemas que têm não influenciam no seu humor; quero ver você com aquelas boas tiradas que você tem de vez em quando; quero que você continue sem gostar de nada... Eu quero você reclamando apenas da distância dos amigos, mas sabendo que essas coisas fazem parte da vida; eu quero ver você bem mais velha e com esse seu mesmo espírito jovem, crítico, xingando sem pena nenhuma as pessoas que atrapalham seus planos. Mas eu quero você mais serena também, como uma pessoa que amadurece, percebe que às vezes é inútil discutir com alguém, pois a pessoa é uma FDP mesmo, não iria entender... Por fim quero dizer que estarei por aí pela internet pra tentar fazer você rir, pra tentar te dar um ombro, ou só pra ouvir como foi o seu dia, enfim, estarei por aí e solícito...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

#existo?


Às vezes fico pensando na inexistência das coisas e me deparo com minha própria inexistência. Existir é uma coisa tão complexa e inexplicável que chega a parecer inacreditável. O que é existir? O que não sou quando sou alguma coisa? O que eu perco quando ganho algo? Sou tão contraditório nas minhas letras. Por isso crio pseudônimos, e já tenho muitos. Eu sou tantos eus que acabo não sendo nenhum; acabo virando um Frankstein com defeito. Acho que preciso de um Eu maior do que todos para poder me agarrar nele e dizer: “Eu sou você!” Porém não me existe esse Eu ainda e isso vai me torturar por um tempo, ou para sempre... Se eu fizer uma média dos meus eus, vou notar que sou uma piada sem graça; ou posso dizer que sou uma mão cheia de dedos, dedos atrofiados. Não sei se essa comparação serviu para me elucidar alguma coisa, mas é uma tentativa... E nas tentativas eu posso me encontrar ou me perder de vez. Para finalizar isso, só quero (se é que o querer genuíno realmente existe) dizer que pretendo acordar bem comigo todos os dias, seja qual for o Eu que estiver me acompanhando....


Imagem: my mind my wonderland by bittertaste no deviantart.com...


#ate_a_proxima

domingo, 8 de agosto de 2010

#domingo

Pé de cachimbo... Acordo, durmo, acordo e durmo mal... Quantas vezes isso aconteceu mesmo?
Estou tão atordoado com o tudo que ando pensando, penso de mais, exagero e me estresso com isso. Quase sempre dá vontade de rasgar da memória todos os livros que li, principalmente os de filosofia, maldita! Abriu portas que eu nunca imaginaria abertas. O que tudo isso significa? O mundo? Não sei e agora nem quero mais saber, entretanto penso muito nisso. É foda!

Ainda por cima meus pensamentos não ficam só em devaneios filosóficos, em questões existenciais... Vêm a todo momento imagens de pessoas que não podem estar aqui agora, pessoas que abandonei e me arrependi, pessoas que me abandonaram, pessoas que nem sabem que estou nesse exato momento pensando nelas. Pensando bobagens ("bebendo besteiras"). Acendo um cigarro e esses pensamentoos parecem ir embora com a fumaça que jogo pra fora. Já me acostumei com o gosto amargo da nicotina. Nicotina no hálito, "nicotina entre os dedos" e eu gostando daquilo, da sensação relaxante, da sensação de ideias chatas evaporando... Como o tema inicial desse texto...

#ate_a_proxima

Imagem no deviantart.com

sexta-feira, 9 de julho de 2010

#amor

Eu estou aqui, e estaria perdido se não estivesse! Preciso disso mais do que qualquer um pode imaginar. Por isso, não preciso dizer quem sou, basta ser o que quiser aqui e tentar diminuir o buraco dentro de mim que dói. Prometi não falar de amor, mas eu sou amor. Então a partir de hoje o amor está no nada também!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

#lindodemorrer


É ele gritando em meus ouvidos. O cara é muito depressivo, me contagia a sua depressão. Ele fala inglês, não entendo muito. Entretanto, a música é como poesia: não tem a estrita necessidade de ser totalmente entendida, basta sentir. Damien Rice e suas músicas em tons menores! É sensacional! Sad but true!

Uma noite como todas as outras: deitado na rede, com os familiares assistindo à merda da tv (a merda na tv). E eu feito um zumbi. É tão horrível, nem posso me mostrar de verdade aqui. Cadê cigarros quando preciso realmente de um? Cadê aquela garrafa de uísque que nunca comprei? Era a hora de tomar algumas doses e dar um up nas sensações! Ah, se eu pudesse ser quem realmente sou aqui na frente da minha família! Na verdade eu posso! Eu só não tenho coragem ainda de assumir quem sou! Isso me traria conflitos, e conflitos basta os que eu já tenho! Minha cabeça é uma coleção de conflitos e não preciso fazer nascer outros. De conflito basta eu! Já disse um monte de vezes que não sou nada, pois os outros são tão diferentes que acabam sendo outra coisa; ou melhor, a coisa sou eu. E não estou preocupado com esse fato, pois o sou por opção. Não quero ser mais um na massa; quero ser diferente, quero falar diferente, quero pensar MUITO diferente, quero chegar em casa na hora que eu quiser, quero beijar quem eu quiser, quero dizer eu te amo, mas só se achar que amo de verdade, quero ficar com algumas mulheres e me arrepender depois e quero ficar com uma mulher e me arrepender de ter a deixado (ou me arrepender de ter ficado com ela para sempre). Porque eu quero, eu penso que quero, ser -e sou- uma eterna construção. Quero estar sempre errado em algum ponto para poder me consertar logo depois, ou não. É disso tudo que é feita a vida, e não quero não viver. Por isso cometo todos os erros e, às vezes não os cometo. Acho que até escrever isso sem pensar em nada foi um erro: a coisa, o texto, fica sem pé nem cabeça, sem propósito. Mas qual é mesmo o propósito de tudo? É uma coisa a se pensar, e talvez se conseguir achar o tal propósito, provavelmente não será a verdade absoluta. Porque isso não existe!

#ate_a_proxima

segunda-feira, 5 de julho de 2010

#vazios


Já que tudo é tão pouco. Já que tudo está aí e, no entanto, não tenho quase nada. Já que o azul é azul e não pode se tornar cinza. Por tudo isso estou aqui... E sinto o que as pessoas não sentem, e me pergunto coisas que as pessoas nem imaginam perguntar. Sorrio o riso mais sarcástico que você pode pensar, porque as coisas não têm sentido, e isso é o melhor dessa vida. As pessoas não têm a noção do nada no qual vivemos. Vivemos num vazio tão grande que se não tentarmos criar as maiores loucuras possíveis para preenchê-lo não conseguiremos viver bem, não conseguiremos encontrar a felicidade. Parece que buscar um sentido para a vida é a tarefa principal de nossa existência, e isso é tão vazio. Mas não há como fugir. É assim mesmo. Só as pessoas não percebem. Não estou aqui dizendo que sou superior porque vejo isso; até porque, a minha missão de buscar a felicidade é bem mais difícil: não tenho a capacidade de aceitar o que qualquer um fala, estou sempre insatisfeito com as respostas que as pessoas me dão e procuro sempre a minha versão para as coisas. Nunca terei a vontade de ir perguntar sobre os mistérios da vida para um padre ou um pastor ou o papa (os ditos donos do conhecimento teológico), porque eu questionaria tudo -como já questionei- e não iria aceitar suas ideias prontas, pois eu sou uma construção. Sou uma evolução -não no sentido biológico, mas filosófico-, e a cada dia tenho certeza disso. Mas as pessoas não me entendem... e não ligo para isso, não dou a mínima. Só quero que ninguém me atrapalhe na minha jornada em busca do fim. Um fim de verdade.

E pra terminar vos digo: não quero olhar para trás e perceber o quão tapado e idiota eu fui por não aproveitar tudo, o quão tapado e idiota eu fui por ser mau com alguém... Isso e outras coisas mais, me entristeceriam muito na hora do meu final...

#ate_a_proxima

domingo, 4 de julho de 2010

#sumindo

O dia começa todos os dias. Isso é tão comum. Tão comum quanto olhar e não ver. Ninguém vê o que vejo todos os dias: pessoas alienadas, com preceitos e preconceitos ridículos. Eu consigo até ver que eu mesmo faço parte dessas pessoas, mas sei disso e reconheço. Tem uma leve diferença entre mim e os outros: eu sou, vivo, me apego, me desapego e me apego de novo. Amo tudo de bom que vejo e odeio a merda toda na qual o mundo está atolado. E quem sou eu pra mudar tudo? Não sou ninguém, nem tenho nome, vago por ruas e ruas e ninguém me vê. Simplesmente porque eu não existo. Não, eu não sou um cara pessimista, não estou deprimido (longe disso). Eu sou apenas um projeto. Sou tão diferente, deslocado, que ninguém me percebe... Ou melhor: as pessoas não percebem muita coisa... as pessoas não veem muito além... melhor dizendo: as pessoas veem tão além que acabam cegando... É o que eu penso... E se penso, eu existo. Os outros é que somem...

#ate_a_proxima